Idiota é muito forte?
Sou sincero. Não obstante o resultado do referendo sobre a interrupção voluntária da gravidez me deixar optimista, aquilo de que ficaria realmente orgulhoso seria a participação maciça do povo português em mais uma das (poucas) oportunidades de agir directamente sobre a política e as leis deste país. Mas não. Menos de metade dos portugueses votaram. Mais de metade não usufruíram de um direito fundamental do individuo enquanto cidadão. Não olhemos para o voto como um dever, apesar de também o ser. Entendamo-lo como um direito, um direito do qual o povo não soube, não sabe, não quer usufruir, e um povo que não usufrui dos seus direitos só pode ser um povo idiota de memória de curta.
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