quarta-feira, julho 23

Aqui não há pipocas #3













Título: Alexandra
Realização: Aleksandr Sokurov
Elenco: Galina Vishnevskaya, Vasily Shevtsov, Raisa Gichaeva.
Nacionalidade
: Rússia/ França, 2007
Duração: 95 minutos

O primeiro filme russo foi tal e qual como o primeiro livro de um autor russo - um sôco no estômago - frio, seco, árido. Alexandra retrata a realidade de uma senhora idosa num aquartelamento de militares russos. De visita ao seu neto, Alexandra enche o ecrã com a sua figura pesada, rude, mas simultaneamente extraordinariamente leve e contagiante. Num cenário de guerra, Alexandra é a figura feminina (no sentido quase sexual) e maternal (no arquétipo da questão) que exalta compaixão e natureza num cenário despido de sentimentos. O neto é a desculpa da presença e do bailado de Alexandra entre os soldados. Sempre perdida, sem nunca deixar de se encontrar.

Aqui não há pipocas #2













Título:
Gone Baby Gone
Realização: Ben Affleck.
Elenco
: Casey Affleck, Michelle Monaghan, Morgan Freeman, Ed Harris, John Ashton, Amy Ryan, Amy Madigan, Titus Welliver.
Nacionalidade
: EUA, 2007.
Duração:
114 minutos.

Não foi cunha. De um vasto leque de actores, foi o irmão do realizador, Casey Affleck e também Amy Ryan, os actores cuja perfomance mais "enche o olho". Ben Affleck, que decidiu ou foi obrigado a decidir-se pelo adiamento do lançamento do filme devido às semelhanças que este tem com o caso do desaparecimento de Madeleine Mcann, surge neste "Gone Baby Gone"pela primeira vez no papel de realizador. Aliás, dirige e escreve um filme que apenas por pouco ultrapassa a própria realidade, que a ultrapassa pela incerteza a que a realidade nos induz.

Ficam na memória os históricos dilemas humanos: a identificação e o destrinçar entre o bem e o mal; a escolha e opção pelos meios a utilizar para alcançar certos fins; e também, a dificuldade na busca da verdade, dos acontecimentos... e das pessoas e seus intuitos.

Aqui não há pipocas #1











Título: Mio Fratello è Figlio Unico
Realização:
Daniele Luchetti.
Elenco: Elio Germano, Riccardo Scamarcio, Angela Finocchiaro, Massimo Popolizio, Alba Rohrwacher, Luca Zingaretti, Anna Bonaiuto, Diane Fleri.

Nacionalidade:
Itália / França, 2007.
Duração: 100 minutos

Baseado num livro de Antonio Pennacchi e lançado nas salas de cinema em Abril de 2007, "Mio fratello è figlio unico" foi escrito a três mãos. Stefano Rulli e Sandro Petraglia, argumentistas do célebre "Meglio Gioventù" juntaram-se ao realizador Daniele Luchetti para uma hora e quarenta minutos de um filme que tem tanto de romântico como de histórico, de satírico como de dramático.

A trama desenrola-se na Itália dos anos 60/70. Correcção, a trama desenrola-se nas mentes, nas idiossincracias de uma nação, de uma vila, de uma família que vive esta época. Enquadrada no seu tempo, mas não amarrada a ele, o filme que uma vez mais o cinema italiano nos traz, mostra, como poucos o fazem, as relações humanas, pessoais, sociais e políticas da época. A proximidade dos extremos, porque os últimos alguma vez terão que ser primeiros.